Apesar da conotação de local turístico, Varadero cumpre o rótulo de paraíso. Estamos a cerca de 150 quilómetros de Havana, o que corresponde a duas horas e meia numa auto-estrada de piso razoável. O território de trinta quilómetros de extensão divide-se em vinte e duas praias numa espécie de língua de areia que açambarca o mar, no estreito da Flórida, o ponto mais próximo dos Estados Unidos que existe em Cuba. Quando olho para o mapa, apercebo-me de que é possível desenhar um triângulo equilátero desde Varadero, com o segundo vértice localizado em Miami e o terceiro num lugar nas Bahamas. Nesse triângulo, satisfaz-me estar no lugar onde estou. Existem inúmeros hotéis com praias privativas de funcionários nas cancelas para funções de triagem, portanto, para aceder às praias públicas é preciso seguir as indicações da Plaza America, depois estacionar o carro e entrar num espaço comercial com o mesmo nome, onde se encontram lojas, cafés e restaurantes. Do outro lado do edifício, alguns degraus separam essa antecâmara do lugar de delícias que também toma o nome de Praia Azul. Percorridos esses degraus, baixo a vista em frente e vejo o Verão. A areia é fina, a água é quente e cristalina mas quando olhamos, vemos o turquesa do mundo-sem-filtros que já custa a imaginar para quem se autotransportou para uma segunda vida online. Não parece possível imaginar um lugar mais bonito: a praia é absolutamente magnífica de cara lavada. Está pouca gente o que me faz sentir ainda maior gozo nesta descoberta. Ao fundo uma longa linha mais escura a limitar o que se sonhou do resto que não se vê.







Em Cuba, há outro lugar na costa Sul do país mas com “roca” (rocha) em vez de areia, sendo dos menos visitados em turismo. Trata-se da Baía dos Porcos “Bahía de Cochinos“, que ficou conhecida pela invasão mal sucedida dos EUA, em 1961, durante a Guerra Fria numa tentativa de derrube do regime de Fidel Castro. Hoje, este depósito de águas gentis não deixa interporem-se essas memórias de há 6 décadas, entre aquilo que aconteceu e o que se experiencia. Os cardumes de peixinhos coloridos dançam até à margem. A quietude da água chã trespassa para as almas de quem visita a baía. A beleza do mar está no seu movimento permanentemente em marcha, ora calmo ora revolto, dependendo de onde o observamos, exactamente como a beatitude da nossa própria vida.


Bem perto existe um centro de mergulho (“Cueva de los Peces“) com possibilidade de aluguer de equipamento para snorkelling.