A praça fica na parte judaica da cidade velha. Todos passam os pertences através dos tapetes rolantes de raio-X, atravessando-se ao lado para detecção de metais. É um dia de novembro de muito calor. Atrás da bandeira quieta de Israel, exibe-se o esperado empedrado de pedras onde todos querem tocar. O muro divide as pessoas em grupos: As mulheres dirigem-se para a direita, e os homens para a esquerda. Mais um exemplo de separação que a religião prevê. Algumas mulheres (como eu) sobem um mureto junto à divisória para espreitar o lado masculino. Há judeus ortodoxos que falam hebraico e cuja informação não entendo. Carregam o Talit nos ombros. Outros trazem uma fivela preta enrolada no braço esquerdo com uma caixinha que também ostentam na testa. Depois de pesquisar descobri que o cubo (Tefilin) serve para guardar um pergaminho com textos da Torá. Aproximei-me do muro, toquei-lhe, não senti nenhuma energia especial. Havia mulheres sentadas comprometidas nas suas rezas em hebraico. Teriam sido belos retratos mas pareceu-me evasivo fazê-lo e não registei essas imagens com a câmara, mas apenas com os sentidos do momento. Ali, o 19 é o número de ouro. 19 metros de altura para uma construção que data de 19 a.C. e que eu tive o privilégio de visitar em 2019. Abandono o recinto pelo lado oposto. A vista é interessante. Apareceu um senhor judeu que comprava notas aos turistas. Dizia-se coleccionador. Pouco depois começou o chamamento islâmico. E em cada lugar que o ouço é sempre outro Adhan.

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